Do diretor e dramaturgo Cesc Gay, Krámpack é um divertido longa-metragem lançado em 2000, que conta as aventuras de dois amigos adolescentes. Durante as férias de verão, eles descobrem uma série de coisas novas. Além das molecagens comuns aos meninos que experimentam o mundo pela primeira vez (fumar escondido, beber até cair, baladas, paqueras), os dois se despertam para a sexualidade e, inclusive, entre eles.
O título é um termo que significa masturbação mútua, um batendo punheta para o outro, praticado várias vezes ao longo do filme. E o que de início é apenas uma intimidade entre amigos, passa a progredir para algo mais afetivo - o famoso 'algo mais' - junto com as suas descobertas, conflitos e dúvidas sobre si mesmos. É a fase adulta se aproximando da dupla de adolescentes, terminando as férias mais maduros e não tão virgens.
O longa espanhol participou de vários festivais de cinema e foi premiado: com o Prêmio Especial da Juventude no Festival Internacional de Cinema de Cannes (2000); prêmio de Melhor Diretor no III Festival de Cinema Espanhol de Málaga; e o prêmio Sebastiane, no Festival Internacional de Cinema de San Sebastian 2000. As filmagens ocorreram na cidade catalã de Castelldefels e em vários locais na região de El Garraf na Espanha.
Veja o filme completo Krámpack - Nico e Dani (2000):
O adolescente Dani (Fernando Ramallo) recebe seu amigo Nico (Jordi Vilches) na casa da família na costa catalã durante as férias, enquanto seus pais saem para viajar. O objetivo principal dos garotos é aproveitar o momento longe dos pais e o verão para enfim perderem a virgindade. Logo eles conhecem as duas primas Berta (Esther Nubiola) e Elena (Marieta Orozco), e conseguem paquerar as garotas, principalmente por conta de Nico, o mais descolado.
Aos poucos, Dani percebe que sente muito mais prazer em estar com seu amigo Nico do que com sua ficante Berta. Ainda sem perceber o sentimento do amigo, Nico continua empenhado na meta da dupla em ter relações sexuais. E ele se dá bem com Elena, porém causa ciúmes de Dani.
Depois de uma briga com Nico, por revelar sua atração por ele, Dani passa a noite toda confuso, vagando pelas ruas da cidade. Até encontrar um amigo do seu pai, Julian, escritor e homossexual, acabando indo jantar na casa dele e seus amigos. Dani passa o dia seguinte com ele e, tenta transar com o cara, mas desiste na última hora. Ele volta pra casa e tenta reatar a 'amizade' com o melhor amigo, até o final do verão, quando Nico deixa a vila para voltar pra casa.
Opinião
O filme me fez lembrar daquelas traquinagens de criança, do tipo 'troca-troca', punheta coletiva, medir o pinto com a régua para ver quem tem o pau maior, fazer bundalelê, abaixar o calção do amigo, sentar no colo e simular sexo... e tantas outras traquinagens, que independem se o menino vai ser gay, hetero ou bi.
Lembra daquela festa de casamento ou de 15 anos da prima que você teve que dormir na mesma cama que seu primo? Quem nunca fez uma daquelas coisas ou algo parecido pode até dizer que não, mas é difícil de acreditar. São descobertas naturais da criança, e uma tradição entre os meninos. E é justamente a idade dos protagonistas que, pra mim, não colou. Essas coisas geralmente são praticadas por garotos bem mais jovens - no máximo uns 6 ou 7 anos. Com 17, acho que todos já sabemos o que queremos, mesmo sem ainda ter coragem pra fazê-lo. Talvez foi uma solução encontrada para não ter problemas com os estatutos da infância e todas as proteções contra a vinculação do sexo com o universo das crianças. Até porque essa história de 'politicamente correto' já vem há tempos atrapalhando as produções artísticas.
É um filme leve, que não foca o preconceito e sim o amadurecimento da dupla de amigos naquele verão. Um filme de temática gay que não entra no clichê dos grandes romances, não é panfletário, não tem violência (filme de romance gay é danado pra ter tragédia, ou um final tão feliz que ninguém acredita) e nem conclui uma verdade suprema - apenas um conto, um momento na vida de dois garotos, e que poderia ser verídico, visto que parece ser bastante comum essas coisas acontecerem quando bem jovens. Eu e meus amigos de infância falávamos 'fazer bobagem', e hoje vejo o quanto éramos inocentes.
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