Por Marcelo Almada
Passando com um amigo pela Praça Raul Soares em Belo Horizonte notei hoje, em um bloco de 'ressaca' (pretexto, aí no próximo final de semana fazem um pré Carnaval 2019...), de forma 'condensada', o que eu já venho percebendo de forma difusa.
Como um certo tipo de homossexual, nos anos 1980 no 'gueto', se centralizou e oprime outras categorias, inclusive heterossexuais:
quase não vi lésbicas
quase não vi negros (muitos pardos, como a maior parte da população brasileira, mas 'negro preto', pouquíssimos)
quase não vi pessoas aparentando mais de 35 anos;
quase não vi mulheres (hétero, bi ou lésbicas);
quase não vi efeminados;
quase não vi travestis (aberração, carnaval no Brasil sem travestis!)
quase não vi casais heterossexuais;
quase não vi famílias, crianças, cachorros;
quase não vi homens da cara pelada, só barbudos (só um deles admitiu estar seguindo moda e que 'é um saco fazer a manutenção', aí eu perguntei: e o que te obriga a usar? Ele respondeu, se eu não usar não pego ninguém, ou seja, ''o-pressão" erótica do grupo);
quase não vi homens com compleição física normal, a maioria parou no biotipo divulgado pela Madonna (que nem ela segue mais...) em The Girlie Show, bombado/atarracado;
quase não vi gordos nem ursos;
quase não vi pobres...
Enfim, o que vi poderia ser chamado de O Bloco de Narciso, e não me admira que muitos ali vão votar em Bolsonaro. Não, não é contraditório, eles excluem exatamente como são excluídos fora dos 360 dias do ano.
Same script, different cast, como cantava Whitney Houston: mesmo roteiro, diferentes atores.
A dominação / exclusão permanece.
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