É hoje, 12 de junho, o Dia dos Namorados que, para alguns, uma simples data comercial, mas, para muitos, um excelente motivo para celebrar o amor, em grande estilo e no melhor dos sentidos do romantismo. No Brasil, comemoramos na véspera do dia de Santo António, conhecido pela fama de Santo Casamenteiro.
E se casamento e relações afetivas estão sempre nos debates, desta vez, controvertendo cada vez mais a heteronormatividade, instituída principalmente pelas religiões judaico-cristã, a novidade é a inclusão da diversidade de gênero ou de suas identidades na mídia e, consequentemente, na vida das pessoas, começarem a aparecer também nas campanhas publicitárias, como num reconhecimento mais íntimo e verdadeiro com o próprio público. Afinal, nunca quisemos tanto nos ver representados - uma urgência sociocultural, logo, comercial.
O lado obscuro fica então por conta de um insistente fundamentalismo religioso, que se faz de bom samaritano, mas demonstra, com suas ações e reações, que seu interesse real é exclusivamente na manipulação de massa, em favor de uma política que trata seus eleitores como cédulas em branco, antes ou ao invés de qualquer ato de religiosidade. Situações como expressar sentimentos homoafetivos nas ruas ou simplesmente comportar-se diferente do padrão antigo, bem como exibir beijo gay nas redes sociais, na TV, ainda recebem tratamento à altura de qualquer tabu, criando polêmica e discussões acaloradas em todo canto.
Dia dos Namorados
O Boticário
O comercial do Dia dos Namorados da marca de cosméticos, inclusive de perfumes (um dos presentes mais consumidos nesta data), O Boticário, vem se revelando uma verdadeira "campanha" publicitária. Isso porque a inovação em mostrar, como lembra a trilha sonora, Toda Forma de Amor em um comercial de TV está sendo considerada ofensiva para alguns, talvez liderada pelos intolerantes da bancada evangélica.
Teve até motim incitando boicote à marca, além de não-curtidas do vídeo no Youtube. A forçação de barra foi tanta que o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) teve que abrir processo para analisar o comercial, após receber cerca de 30 reclamações de ofendidos com a exibição de homoafetividade entre os casais da campanha.
Felizmente, esta intolerância não é, nem de longe, da maioria, comprovadamente pelas avaliações do vídeo do comercial na internet, além dos debates nas redes sociais, com muito mais mensagem de apoio e admiração à causa do que repetições de discursos ou xingamentos homofóbicos. Atualmente, o vídeo já possui mais de 3 milhões de visualizações, com 190 mil "não gostei" e mais do que o dobro de curtidas, 400 mil.
O Boticário
O comercial do Dia dos Namorados da marca de cosméticos, inclusive de perfumes (um dos presentes mais consumidos nesta data), O Boticário, vem se revelando uma verdadeira "campanha" publicitária. Isso porque a inovação em mostrar, como lembra a trilha sonora, Toda Forma de Amor em um comercial de TV está sendo considerada ofensiva para alguns, talvez liderada pelos intolerantes da bancada evangélica.
Teve até motim incitando boicote à marca, além de não-curtidas do vídeo no Youtube. A forçação de barra foi tanta que o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) teve que abrir processo para analisar o comercial, após receber cerca de 30 reclamações de ofendidos com a exibição de homoafetividade entre os casais da campanha.
Felizmente, esta intolerância não é, nem de longe, da maioria, comprovadamente pelas avaliações do vídeo do comercial na internet, além dos debates nas redes sociais, com muito mais mensagem de apoio e admiração à causa do que repetições de discursos ou xingamentos homofóbicos. Atualmente, o vídeo já possui mais de 3 milhões de visualizações, com 190 mil "não gostei" e mais do que o dobro de curtidas, 400 mil.
"O que importa é que O Boticário fez soar, em sua bonita campanha para o Dia dos Namorados, os acordes do mundo que queremos: o mundo onde as pessoas sejam respeitadas, tenham dignidade, visibilidade e possam amar livremente, independentemente de sua orientação sexual, identidade de gênero, cor da pele, etnia, classe social e crença ou não crença em religião", defendeu o deputado Jean Wyllys em seu perfil no Face.
Pense menos, ame mais!
No ano passado, o bombom Sonho de Valsa sugeriram pensar menos e amar mais, mostrando entre os casais, alguns deles gays, que o sentimento de amor é democrático, aberto ao público em geral, independente de qualquer pensamento, ou seja, quaisquer crenças, ideologias, etc. Ou, ainda, uma ilustração da irracionalidade do amor, justamente naqueles momentos de intimidade que não pensamos em simplesmente nada. Não é à toa que sentimos a paixão no coração e não no cérebro.
Assim, o texto narrado junto com as belas imagens de diversos tipos de casais apaixonados é quase um manifesto contra o preconceito e segregação homofóbica ou, pelo menos, que toda esta preocupação com a opinião alheia ou querer razão em tudo simplesmente não interessa quando estamos de frente com um grande amor. Assim, a narração diz: O que eles estão pensando? Não importa que se está olhando? Por que a gente não sabe se controlar? O que interessa a opinião dos outros? Que isso nunca vai dar certo? Será que é pra sempre? Que nada é impossível pra gente? Será que vamos acordar as crianças? O que eles estão pensando?... Em nada".
Happy Valentine's Day
Já a marca britânica de lubrificante sexual Gun Oil, voltada especialmente ao público gay masculino, mostra sem maiores cerimônias um belo clipe romântico, onde um homem, aparentemente solitário, reencontra seu grande amor, porém com um emblemático e inusitado desfecho.
Este grande amor que tanto deixa saudades ao namorado é um militar, devidamente uniformizado, aparecendo ainda uma baita aliança na mão de um deles, deixando claro que ali há um relacionamento de afeto e com compromisso matrimonial e tudo, mesmo sendo o produto, em questão, específico às relações sexuais - um verdadeiro nó na nossa falsa moral, inclusive dentro das masculinidades.
Gun Oil Commercial - "Happy Valentine's Day"
Um Raio X nos Casais
Eram pessoas se beijando atrás de uma tela de raio X, que, quando se revelavam, mostravam a todos que "as aparências enganam"! Criada pela organização norte-americana Ad Council, que promove anúncios de utilidade e serviço públicos (apartidários e de interesse nacional), sem fins lucrativos, a campanha "Somos Todos Humanos" questiona nossos preconceitos, inclusive aqueles que nem sequer percebemos que temos, agindo inconscientemente e de acordo com o que aprendemos culturalmente. Ao ver um casal de esqueletos trocando afagos, logo imaginamos que se trata de um homem e uma mulher, porém, quando saem de trás da tela um casal diferente disso, percebemos que, no mínimo, o amor não tem sexo.
SKELETONS of people kissing behind X-ray screen to challenge prejudice - Ad Council PSA
Para desafiar estes preconceitos, a Ad Council utilizou-se de casais de verdade, contudo, do mesmo sexo, de relação interracial, de idosos, deficientes, de famílias homoafetivas, revelando e muito a nossa maneira de enxergar as coisas - uma pesquisa mostra que 98% do nosso pensamento é feito inconscientemente, alimentando a discriminação involuntária, com base em julgamentos precipitados: quando o suposto 'casal normal' sai do raio X, até mesmo a mente mais aberta pode ser surpreendida com o fato de que aquele casal não era formado por um homem e uma mulher.
O vídeo, intitulado de "Diversidade e Inclusão do amor" questiona nossos preconceitos ocultos quando se trata de afeto, raça, religião, idade, sexualidade ou deficiência. O amor ou a união amorosa teria sim seus rótulos, até que revelado diferente, seja com relação aos gêneros ou a suas identidades, sexo, raça, religião ou idade entre o casal.
Outra grande surpresa foi quando as figuras deduziam que eram um casal com uma criança, na tradicional ideia de família, antes de se revelarem como pais gays. "Nossa família é nada menos do que qualquer outra família," diz o casal formado por dois homens, e pais desta família, aos espectadores. O mesmo ainda costuma acontecer com os não-brancos, idosos ou qualquer característica diferente do padrão, mostrando que o "coração não vê" nada disso. "Temos religiões diferentes, mas temos também o amor, que é um bem universal", diz um pastor norte-americano ao aparecer com sua mulher indiana.
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