Shortbus (2005) é catalogado em diferentes gêneros: romance, erótico, drama e comédia. É um filme que trata do tema sexo e as situações inusitadas que podem surgir na busca, a qualquer preço, pelo prazer. Embora seja pornográfico, mostrando cenas de nu frontal, pênis ereto, penetração explícita e gozadas, não se trata de um mero filme pornô - há uma 'história de cinema' acontecendo no filme.
Dirigido por John Cameron Mitchell, durante a seleção do elenco todos os candidatos tiveram que gravar um vídeo de 10 minutos em que descreviam uma experiência sexual importante que tiveram - foram gravados cerca de 500 destes vídeos. Para deixar os atores mais à vontade, o diretor e os cinegrafistas também ficaram nus ao rodar a cena da orgia. Os participantes desta cena de sexo grupal e explícito são creditados no filme como "sextras". O longa Shortbus foi exibido na mostra Midnight Movies, no Festival do Rio 2007.
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Shortbus Trailer Oficial
Sinopse
Sofia (Sook-Yin Lee) é uma terapeuta de casais que nunca teve um orgasmo. Entre seus pacientes estão James (Paul Dawson) e Jamie (PH DeBoy), que mantém uma relação que começa a dar passos maiores. Há ainda Severin (Lindsay Beamish), uma dominatrix que mantém sua vida em segredo e não se abre para as pessoas. Eles se encontram regularmente no Shortbus, um clube underground onde arte, música, política e sexo se misturam. Adorocinema.com
Vários jovens de Nova York encontram-se num salão infame chamado Shortbus, onde se deparam com situações cômicas e trágicas envolvendo amor, música, política e sexo. Sofia é a terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo e por isso fingiu durante anos para seu marido, Rob. Ela conhece Severin, uma dominatrix que tenta ajudá-la. Entre os clientes de Sofia está o casal gay James e Jamie, que começa uma relação aberta com Ceth. O filme sugere uma forma de diminuir a pressão pós-ataques terroristas de 2001 e assim reconciliar melhor as pessoas. Cineplayers.com
Crítica
Por Marcelo Müller
ABRACCINE
Sexo ainda é um tabu. Crescemos enquanto civilização, progredindo na ciência e noutros campos do conhecimento, mas esse tão coloquial e prazeroso elemento da vida humana continua encontrando uma série de barreiras morais para circular fora da clandestinidade. John Cameron Mitchell, egresso da cena independente americana, abraçou com vitalidade a ideia de criar uma comédia romântica extremamente sexualizada, sem com isso deixar de focar emoções que, na maioria das vezes, alimentam as pulsões carnais. Shortbus, sobre o escândalo produzido em alguns, procura abraçar náufragos sentimentais para depois acalentá-los.
Se para muitos soam incômodas as cenas de homens se masturbando até sorver o próprio gozo, mulheres se tocando como se nelas não recaísse o peso de uma sociedade machista, interações homossexuais e taras diversas, é por que a repressão sexual imposta desde cedo atua na contenção da libido como se disso restasse segurança. Em Shortbus temos a terapeuta de casais que nunca experimentou o orgasmo e sente vergonha de dizê-lo ao marido. Observamos os Jamies, aparente modelo conjugal, ambos perturbados: um pelo amor incondicional e o outro pela depressão profunda. Surgem, ainda, a dominatrix e o voyeur, arquétipos enriquecidos da mesma forma por suas angústias existenciais. É bom ressaltar, todos embalados pela linda trilha sonora de Michael Hill e do grupo Yo La Tengo.
Em meio a penetrações explícitas e orgasmos, Mitchell vai construindo uma delicada tapeçaria das fraturas pós-11 de setembro. Pessoas emocionalmente quebradiças tentam extravasar por meio de seus corpos o que a mente não deixa aquietar. Elas encontram num clube democrático (homônimo do filme) o local ideal para fruir suas vidas sexuais com um pouco menos de culpa, deixando aflorar anseios de prazer. A meu ver, a chave para entender aonde quer chegar o diretor com Shortbus, sobretudo na utilização de Nova York como pano de fundo ativo, é dada no breve e emocionante diálogo entre um jovem modelo e o já senhor ex-prefeito. O homem mais velho abre seus pecados ao desconhecido, diz que aquela terra recém devastada pelos ataques é um lugar de gente tolerante, perfeita para os golpes desferidos pelos intolerantes. Acaba como sutil e bela declaração de amor.
A cosmopolita “Big Apple” refugia aqueles que conheceram a concretude da vida pela alameda trágica da barbárie. Nesse cenário, no qual medo e cotidiano se confundem, os “desajustados” de Shortbus sentem o baque dos problemas (sejam eles de ordem pessoal ou global), mas, por outro lado, buscam constantemente sobrevivência e felicidade. Se para salvar o relacionamento for preciso incluir a terceira pessoa, um dos Jamies irá escantear seu ciúme. Se para obter o tão sonhado orgasmo for necessário acessar os recônditos do desejo, como faz a terapeuta pré-orgásmica, tudo bem. Aos chocados com genitálias e atos que nem deveriam ser mais tachados de “libertinos”, dada sua cotidianidade, recomenda-se tentar imergir sem tantas amarras na narrativa proposta. A recompensa será a veia intimista e verdadeira de Shortbus, longa sobre pessoas e suas interligações, não algo agressivo ou muito longe do que eu ou você (feliz ou infelizmente) vivemos. Papodecinema.com.br
Por ainda falarmos pouco e seriamente do assunto sexo, as experiências sexuais tratadas em Shortbus, sozinho ou acompanhado, parecem algo apelativo e até de excessos desnecessários. Porém, refletem a questão sexual, mais específica do que a própria sexualidade, de forma franca e mágica, num crescente de peripécias sexuais e sentimentais, com objetivo ou desejo na extrapolação e na descoberta do que seria a própria intimidade - simplesmente, fazer diferente, cada vez mais diferente, tendo o fator surpresa ou ser surpreendido pelo inusitado como objeto de prazer ou mergulhar nas próprias inquietações sexuais. O tesão ou o ápice da fantasia sexual está na própria atitude de fazer algo incomum - "sair do lugar comum", inverter ou questionar os papéis tradicionais, etc.
O argumento do filme, de que se retrata do clima pós 11 de Setembro é uma informação supérflua, haja vista que, mesmo descontextualizado no tempo ou num lugar, NY, o filme se torna clássico, no sentido de trazer à tona uma questão de séculos: a liberdade sexual. Numa espécie de "Jardim das Delícias", as personagens se refugiam da moralidade, como se entrassem num 'quartinho secreto' para terem todos os seus desejos aliviados.
Especialmente após o Cristianismo, o ocidente passou a tratar as questões sexuais como algo secreto e vergonhoso. Durante séculos não comentamos de sexo, tratamos qualquer nu como pornografia e qualquer ato alusivo ao assunto como lascivo, indecente, etc. Esta dificuldade em lidar com a nudez, o sexo explícito e em público, incluindo toda a diversidade sexual, vai além de um trauma adquirido após o citado ataque e, mais ainda, de um só lugar ou cidade. Podemos dizer que o pudor, a tendência em proteger a intimidade de invasões e comprometimentos, é um elemento intrínseco de todas as civilizações, logo universal.
Em Shortbus, o sexo é real e explícito, e isso não poderia ser diferente. Afinal, o tema é... sexo!. Inclui sexo oral, masturbação, sexo grupal, sadomasoquismo, auto-boquete e gozadas. Justamente pela forma em que foi filmado, a estética do filme (com tantas cenas tabu), podemos dizer também que o longa cria um marco importante no cinema convencional.
Ou seja, o belo tratamento cinematográfico para as cenas de sexo, quando estas são fundamentais ou são o próprio conceito do filme. Assim como podemos lembrar de outro clássico: Calígola (1979); onde a solução encontrada para tratar do assunto sexo também foi em exibir cenas 'reais' e sem maiores pudores, ao invés de apenas verbalizar, censurando os genitais e, principalmente, o coito.
E sobre essa privacidade ou publicidade das pessoas, atualmente tramitada essencialmente no habitat virtual, Shortbus também é categórico ao trazer, entre os personagens, aqueles que coletam fotos e vídeos de tudo na vida, ou melhor, da suas próprias intimidades ou vida privada. Como se quisessem produzir uma mega selfie ou um longa de exibicionismo latente - exibicionismo este que pode acontecer mesmo sem holofotes. Este é um dos debates sugerido a todo instante, nos limites entre o que vemos como íntimo e pessoal ou exibição e compartilhamento públicos. Uma busca incessante em conhecer e assumir seus próprios desejos, correr atrás deles, valendo tudo, até sexo tântrico.
ele faz o genero softcore adoro filmes assm estão cada dia mais ousados muita chupada de pau boceta esse teve ate porra na boca
ResponderExcluirBATI MUITO ASISTIBNDO ESSE FILME MUITO ESCROTO E OUSADO PORNOGRAFIA É UMA ARTE ADMIN GOSTARIA DE SABER SE TEM VIDEOS DO MAKING OFF BASTIDORES DAS CENAS ?
ResponderExcluirAcabo de assistir e só tenho a agradecer pela indicação, o filme é tocante e gerou muitas reflexões, tem umas cenas fortes, bem instigadoras e ao mesmo tempo belas. Personagens bem trabalhados e atores dedicados. Super indico.
ResponderExcluirps.: Parabéns pelo blog! Admiro muito teu trabalho e desejo que essa disposição de compartilhar informação não se apague. Um grande abraço
Assisti a esse filme recomendado por um amigo! Amei! Achei lindo! Cheio de mensagens importantes e positivas e também lindas imagens/cenas super interessantes! Recomendo!
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