Árvore de Natal...
Ou
estrela guia? Seja ostentando poder econômico, conceito ou fazendo crer numa suposta propriedade em se
vestir com exagero e propositalmente de maneira estranha, inusitada, ser
extravagante acaba se tornando uma opção de vida para muitos homens. Novidade ou simplesmente uma postura
punk de contestação dos
padrões da moda compartilhada pela maioria das pessoas.
Foto: MC Guimê e a ostentação do luxo
Regras de
Certo e Errado somem quando o gosto é pessoal, o
estilo pretensiosamente único e a experiência em lançar novidades como
expressão artística ou
individual, primeiramente com o espírito de
liberdade - o poder em se vestir como bem entender.
Subtende-se que aqueles que se vestem com liberdade, podendo fugir do tradicional ou da
modinha comum a todos, são também livres no
comportamento - aqueles que 'fazem o que querem'. Artistas e pessoas que não precisam seguir um padrão de postura 'séria' (eles tem carta branca) são os mais adeptos aos
figurinos inusitados e repletos de informação, pesquisa e
criatividade.
Por outro lado, com o advento do
homem metropolitano, está cada vez mais comum encontrar nas ruas pessoas do tipo, hiper produzidas e exibindo um estilo no mínimo
chamativo de ser - talvez com o intuito de se destacarem no meio de tantas variações em se vestir, ou de se posicionarem como donos do próprio nariz. Melhor do que se importar com o que os outros podem falar do
look exagerado, todos acabam concordando:
esse tem coragem!
Nem só de
Elke Maravilha,
Baby do Brasil e
Lady Gaga se faz uma boa peruíce. A
criatividade no visual com requinte artístico atinge também algumas personalidades masculinas. Entre os famosos brasileiros, podemos citar como precursor de um
estilo exuberante o cantor
Ney Matogrosso (
foto), que já rebolava fantasiado de aborígene peludo desde bem antes do sucesso
Homem com H. Uma imagem nunca vista antes, que trazia principalmente uma sensualidade erótica, além de exótica.
Mais recentemente, na
pop music brasileira tem o
look totalmente
axé de
Carlinhos Brown, uma tradução do que seria o Brasil (ou a Bahia), misturando roupas e acessórios inspirados nos quatro cantos do mundo. E outra figura marcante, já no Rio, a frente da escola de samba
Mangueira,
Ivo Meirelhes fazia quase o mesmo com os cabelos, sempre coloridos, verde limão ou rosa
pink, trazendo modernidade para o tradicional estilo de sambista (terno, chapéu e bicolor).
Fotos: Carlinhos Brown e Ivo Meirelhes
Abrindo um parênteses, é claro também uma das tradições do povão em se apresentar quase sempre com um visual mais exagerado, comparando com o que veste a elite, geralmente de forma mais sóbria e sem muita graça. Mesmo com as controversas, pois um chapéu de gala no turfe poderia ser muito mais exagerado do que uma saia curtíssima de
periguete, o pobre sempre levou a fama de criador do
brega, deixando o
cafona para os endinheirados - nota-se que na palavra
brega há um humor mais colorido do que em
cafona, mais empoeirado.
Assim, entre os homens do
subúrbio,
sempre foi comum também depararmos com aqueles que gastam horas diante o espelho, esticando ou enrolando os cabelos, passando brilhantina nos anos 60, fazendo escova nos anos 80... E entre os poderosos das favelas, negros de cabelo loiro (
foto: cabelo
oxigenado) nos anos 90 e, ou desenhados com navalha. Brincos, argolas, anéis, correntes, tatuagens, e tantos outros badulaques e tratamentos de beleza fazem parte do universo do homem aqui chamado de
perua.
Entre os
homens perua, de
look extravagante, podemos dividir entre aqueles que param em uma determinada época, refazendo o visual com roupas exageradas, porém de estilo antigo, datado, sendo quase como um personagem fora do contexto. Outros pulam de paraquedas no universo
fashion, e lutam constantemente por apresentarem novidades
top da
moda - o
relógio da hora, os
óculos do momento, o
pisante irado, etc.
Filho de políticos, o roqueiro
Supla (
foto), inicialmente
punk, vem sempre nos surpreendendo com suas roupas lindamente bizarras, com
know how em Nova York e tudo mais. Garoto rico e rebelde, é na verdade uma simpatia, e diz que ele mesmo é quem faz as produções e customizações, adaptando as peças de roupas e acessórios ao seu estilo diferenciado.
No futebol,
Daniel Alves (
veja em Fotos Relacionadas) vem sendo apontado como
homem perua, pela forma extravagante que costuma se apresentar fora e dentro do campo. As maluquices com os cabelos de
Neymar viram fichinha perto do que
Daniel é capaz de fazer com todo o visual. Pode ser na balada ou na praia (até só de sunga ele chama atenção cheio de tatuagens) que o jogador tem sempre uma peça (ou mais de uma) chamativa, fazendo a festa dos
paparazzi.
Recentemente
no Programa do Jô, Daniel Alves caprichou no figurino, se apresentando vestindo um
smoking super
fashion, com a gola toda em
swarovski ou coisa parecida e gravata borboleta - um traje de gala com o brilho do craque do futebol brasileiro e europeu.
O estilo exuberante de
Ney Matogrosso nos liga também a outras figuras
pop, como o cantor
Marilyn Manson, o estilista da
Channel Karl Lagerfeld e até ao artista
Salvador Dali. Difícil saber se o ovo veio primeiro que a galinha, onde já foi comentado sempre haver este tipo de gente, que gosta de aparecer com
roupas extravagantes, fora do comum, seja como
expressão artística ou estilo de vida (
veja em Fotos Relacionadas).
A
ostentação de um grupo ou pessoa através de um culto a determinada maneira de se vestir transpassa todos os movimentos musicais, desde a música erudita até os dias de hoje, ditando modas como cueca de fora e touca de meia fina na cabeça para a galera do
rap, botas e chapéu de
cowboy para os sertanejos, moicanos ou carecas do
punk, os cabeludos do
rock... Roupas pretas, bermudões, camisetas enormes do basquete americano, nomes e símbolos de marcas famosas...
É um fenômeno global, atingindo principalmente as periferias das metrópoles do mundo todo, sejam os
leks de calça super justa do
funk carioca ou os angolanos coloridos do
kuduro. Se identificar com os ídolos e ostentar que fazem parte de um grupo, uma moda ou um acontecimento social e, ou histórico é do nosso DNA, levando muitos de nós a sonhar com a
vida de rico, podendo comprar tudo e fazer o que quiser - coisas indissociáveis. Aqui, é a pura
liberdade que acaba sendo ostentada, exposta antes mesmo do conteúdo ou valor material. Afinal, ele é rico porque usa roupas caras, ou usa roupas caras porque é rico?
Aí vem o
estilo de vida como o principal motivador para usar ou não uma moda. Para os artistas, principalmente os da música, uma liberdade maior se faz para que eles se expressem de forma visualmente monumental, principalmente depois de
James Brown,
Elvis,
Michael Jackson,
Madonna,
Elton John,
David Bowie e até os
Menudos (ou
Restart)! Por sinal, quem se lembra dos
Loco Mía? Aliás, ninguém era discreto nos anos 80.
Foto: Os Menudos
Atualmente, os jovens contemplam uma
liberdade na forma de se vestir, usando literalmente de tudo - alargadores nas orelhas, pulseiras e punhos, cabelos espetados, alisados, arrepiados, pintados, com luzes, e a velha mania de ostentar a
marca e, ou o que isso tudo representa. Assim, para ser diferente no meio de tanta diversidade, só mesmo tentando o destaque através das cores e estampas chamativas,
max acessórios caros e tecnológicos, muita
criatividade e coragem, e com aquele toque de
exclusividade. Se o homem sempre teve que ser reto, discreto e
cinza, com exceção dos nobres da monarquia, se encher de apetrechos e enfeites é hoje uma expressão que vai além da suposta
peruice - é uma maneira de se mostrar livre daqueles ditames que, há séculos, desenham a figura masculina ideal, do
Homem com H, hoje, não necessariamente másculo.
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O grupo dos anos 80 Loco Mía e o figurino excêntrico |
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Michael Jackson |
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