Foi o que disse o atacante camisa 11 do Corinthians, Emerson Sheik (1978), depois do alvoroço causado nas redes sociais na noite de ontem, domingo (18). Após vencer o Coritiba por 1 a 0 pelo Campeonato Brasileiro, o jogador foi comemorar em um restaurante de São Paulo e de uma forma bem inusitada, tratando-se de um ídolo do esporte dos machões.
Emerson postou no Istagram uma foto dando um selinho em seu amigo Izac, na mesa do restaurante. Na legenda, o atacante fez sua defesa prévia, dizendo não temer os comentários preconceituosos, e sugeriu àqueles que tivessem dúvidas sobre a sua masculinidade, que olhassem suas postagens antigas, com várias mulheres.
Veja o texto na íntegra:
"Tem que ser muito valente, para celebrar a amizade sem medo do que os preconceituosos vão dizer. Tem que ser muito livre para comemorar uma vitória assim, de cara limpa, com um amigo que te apóia sempre. Hoje é um dia especial. Vencemos, estamos mais perto dos líderes. É dia de comemorar no melhor restaurante de São Paulo, com o melhor amigo do mundo, Izac. Ah, já ia me esquecer, para você que pensou em fazer piadinha boba com a foto, da uma pesquisada no meu Instagram todo antes, só para não ter dúvida." (Grifos meus).
Mesmo assim, muitos seguidores do craque não deixaram barato: "Que porra é essa?", "...a fiel vai cobrar viu Sheik.. Aliais o (Alexandre) Pato tbm", "sempre soube..." e ainda "se ta assim por uma vitoria, se vencer o brasileirão vão comemorar como???".
Estes foram só alguns dos comentários estranhando ou reprovando mesmo o selinho gay do jogador. Mas outros apoiaram: "Vai 'curintians'", "Parabéns" e "Vampeta, Ronaldo.. E agora a nova geração! Vaaaaaaaaaaaai curinthia!!!!", confirmando que o que interessa mesmo é a vitória.
Era de se esperar, principalmente por estarmos falando de um universo tradicionalmente hetero, e até um símbolo do machão brasileiro. Afinal, todo mundo estranha quando um garoto não se interessa por futebol, e os xingamentos em campo são sempre de essência homofóbica (viado / veado, bicha, baitola, boiola...), reverberando também fora dos gramados e entre os torcedores. No meio disso tudo, e para quem questiona o beijo na boca entre dois homens, a tatuagem que o jogador possui no braço torna-se até emblemática: "Amor"!
Só sei que o dia em que um jogador de futebol realmente sair do armário, vai ser uma data tão importante e até histórica no Brasil, quanto a Rebelião de Stonewall (1969) foi para os EUA e, consequentemente, para todo o mundo LGBT. Mas sei também que é uma tarefa difícil por aqui, onde fizeram deste esporte uma chancela de masculinidade, lendo-se heterossexualidade. Veja mais fotos de Emerson Sheik:
O jogador Emerson Sheik (Márcio Passos de Albuquerque) tem dupla nacionalidade por ter jogado no clube catarense (Qatar) Al-Sadd (2008 a 2009). |
E olha o volume na sunga!!
vai timaun!!
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