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18 de ago. de 2013

Quanto custa ser um metrossexual?

Brasileiros gastam R$ 2 mil com beleza por ano

Em 2011, a revista IstoÉ Dinheiro já anunciava que o Brasil se tornava o terceiro país que mais gastava com produtos de higiene pessoal, perfumaria, cosméticos, serviços de spas e de cirurgias plásticas. Só perde para os EUA e Japão. O 'mercado da vaidade' já movimentava R$ 50 bilhões por ano. No caso das plásticas, só perde para os EUA, que faz o dobro.

Explicações para este fenômeno vão desde atribuições ao clima tropical e herança indígena, até quanto à economia atual, com aumento da renda, favorável para o consumo em massa, também de supérfluos. Prefiro as referências culturais do índio brasileiro, sempre disposto a um banho de rio, sem falar das pinturas corporais, hoje maquiagens, jóias e acessórios, e a inusitada vice-liderança no mercado de cosméticos para homens.

A reportagem de Carlos Eduardo Valim (2011) exemplificou o sucesso do setor com duas grandes marcas de produtos do gênero: "A Natura, por exemplo, mais do que dobrou de tamanho desde 2005,  quando faturou R$ 2,3 bilhões. No ano passado, chegou a R$ 4,8 bilhões."

"As operações locais da Avon conseguiram o feito de ultrapassar em vendas a matriz americana, tornando-se a número um do grupo no mundo. Entre 2006 e 2010, suas vendas aumentaram 70% no Brasil, superando a casa do US$ 1,5 bilhão."

Com a expectativa em alcançar a vice-liderança no consumo mundial em 2017, o Brasil passou a ser um mercado estratégico para as maiores companhias de beleza do planeta, principalmente com as reformulações das economias norte-americana e europeia. Com a crise lá fora, muita filial por aqui passou a sustentar a matriz gringa (multinacionais), o que aconteceu também com outros setores.

Atualmente, só os homens gastam quase R$ 2 mil com produtos de beleza por ano. Gel e cremes para o cabelo, pós-barba, hidratante, desodorante e sabonetes estão na lista dos artigos mais comprados pelos homens.

De acordo com o site Female First, as mulheres gastam mesmo é com moda, roupas, sapatos, bolsas, brincos e outros acessórios. Mas o homem pode estar investindo mais do que elas quando o assunto é beleza. Até porque, os produtos masculinos sempre foram mais caros que os femininos, com mais fabricantes e maior concorrência.

A pesquisa da Close Shave Society revela que o valor gasto pelos homens é bem próximo com o que o público feminino vem gastando. Hidratante, que já foi coisa de fresco, agora é usado regularmente por 80% dos homens. E 95% admitem que pesquisam sobre o produto que querem antes de comprar. Daí o crescente marketing direcionado para o público masculino neste assunto.

Além de gastarem mais dinheiro com cosméticos, os homens quebraram o gelo, ou o constrangimento na hora de comprar seus produtos de beleza. A vinda do homem metrossexual, que faz sobrancelhas e virilha, por exemplo, trouxe mais segurança para muitos homens assumirem sua vaidade, capazes de gastarem quantias generosas para a obtenção da melhor aparência.

E se pensarmos que antigamente o homem não precisava de se preocupar com a aparência, pois se casava de qualquer jeito? Com a vida moderna, onde as mulheres refizeram de vez seu papel na sociedade, a pressão em ser belo & perfeito também veio para os homens, incluindo os implantes capilares. Sem falar da emancipação LGBT, com um grupo que pode reunir potencialidades comerciais dos dois gêneros, o público gay.

Os negócios com a beleza no Brasil cresceram junto com o aumento da renda dos brasileiros. O salão de beleza, por exemplo, veio a ser o business da vez, superando as lanchonetes e, de acordo com a Junta Comercial de SP, cresceu 78% em cinco anos. Junto veio os spas, serviços de massagem e depilação (até íntima), laser para fazer barba, tirar os indesejáveis pelos nas costas... e será que tatuagem também conta? E uma infinidade de produtos especializados no público masculino.

Novamente, a segmentação também para o público gay, com produtos ainda mais específicos e variados, abrangendo artigos eróticos e de moda íntima, em especial, cuecas.

Assim, a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios (PEGN) aponta a beleza masculina como a 6ª entre as 50 maiores tendências de negócio para explorar.

O programa deste domingo (18/8/2013) vem com a informação de que "o Brasil já é o segundo maior mercado de cosméticos para homens - só perde para os EUA". Em 2011, foram US$ 3,73 bilhões faturados - um crescimento de 14% sobre 2010.

Além de produtos adaptados na versão masculina de artigos originalmente criados para mulheres, este mercado aposta também em novos produtos, como a marca Feito Brasil que lançou no ano passado a linha Homem Urbano, com hidratantes especiais e até sabonete “com pegada refrescante”... Shampoo anti-caspa, anticépticos para os pés, desodorantes que não deixam mancha, desodorante íntimo masculino, KY (lubrificantes), manicure e pedicure especializadas e até esmalte de unha, incluindo as unhas francesas.

Um comentário:

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